O Power Reset é aquele tipo de “projeto de um homem só”, no caso capitaneado pelo Leonardo Oliveira, responsável por toda a parte criativa e instrumental, e que lançou ano passado seu debut, intitulado “My Perfect World”, uma verdadeira aula de Power Metal em sua essência.

Para falar mais sobre o disco, como nasceu o projeto e o que o futuro reserva ao Power Reset, fiz essa entrevista com o solicito Leonardo, confiram que vale a pena ler e, principalmente, ouvir sua música.

Vicente – Primeiro de tudo, nos conte como surgiu o projeto Power Reset, como foi botar em prática o que tinha em mente, sendo que você é o responsável por todo o processo?

Leonardo – O projeto nasceu de um sonho adormecido por mais de 20 anos.

Foram anos protelando a realização por motivos diversos: falta de tempo, recursos financeiros e etc. Até que em 2012 iniciei uma jornada de estudos em produção musical, montei um home studio e não parei mais.

No começo tudo era experimentação e não tinha nenhuma intenção de tornar o projeto em “comercial”, a intenção era apenas tirar as músicas da minha cabeça e gravar um disco para acervo pessoal.

Foi o engenheiro de som Augusto Queiroz, que participou da mixagem e masterização do álbum que me incentivou a lançar comercialmente, pois segundo ele mesmo, seria um pecado deixar engavetado essas músicas.

No começo convidei músicos para fazerem parte do disco. Eu iria apenas executar os baixos e a voz, porém tive muitos problemas em reunir as pessoas…e sempre tinha coisas menos relevantes sendo levadas mais em conta do que a música propriamente dita…coisas do tipo: dinheiro, fama e etc…então resolvi desenvolver tudo 100% sozinho.

Não foi fácil mas não me arrependo de ter tomado essa decisão pois me orgulho do resultado que obtive mesmo levando muito tempo para concluir, e o melhor de tudo sem ter que precisar dar satisfação para ninguém.


Vicente – O primeiro disco, “My Perfect World”, saiu em 2020. Como foi todo o processo de composição e gravação do mesmo? E como tem sido o feedback de quem já teve a oportunidade de conhecer o trabalho e a mídia especializada?

Leonardo – O disco apesar de ter saído em 2020, seu processo iniciou anos atrás. Tinha as ideias todas em minha cabeça mas durante o processo de produção as coisas sempre mudavam um pouco de direção, pois eu tinha que tomar todas as tomadas de decisão sozinho e isso em alguns momentos era cansativo e desafiador… porém a cada música concluída eu evoluia o processo e o desenvolvimento foi se tornando mais dinâmico com o passar do tempo. Eu era músico, produtor, arranjador, marqueteiro, tudo ao mesmo tempo.

Confesso que não me preocupei muito em fazer algo “rotulado” pois essa não era a intenção, tanto que as músicas tem temas diferentes embora estejam dentro de um contexto de fantasia e filosofia espiritual… só coloco para fora o que estou sentindo, simples assim.

Acabei desenvolvendo material para 3 discos, foi aí que tive a ideia de particionar o projeto em 3…serão 3 discos lançados até final de 2022.

O feedback do público tem sido positivo porém não me preocupo muito com isso, não estou fazendo isso para ganhar dinheiro e agradar fulano ou entrar pro “hall da fama”. Tenho plena consciência do que represento no meio metal… estou tranquilo com isso.

Um dado interessante é que o Brasil é o que menos consome meu projeto, 90% dos que apoiam e me seguem são “gringos”… por saber disso foquei em deixar as redes sociais 100% em inglês pois sabia que isso poderia ocorrer.

Vicente – Olhando para trás, teria algo que gostaria de ter feito diferente nele?

Leonardo – Sim e não…rsrsrs.

O processo criativo é algo complexo.

Quando você é perfeccionista, sua perspectiva é que sempre pode fazer melhor do que ja fez…mas aprendi que tem momentos que devemos aceitar as coisas e seguir adiante… isso é evolução!

É claro que ouvindo hoje o disco sempre ouço pensando que poderia ter feito melhor, mas é assim que são as coisas…o segundo álbum por exemplo soa muito melhor que o primeiro…mas cada um tem seu mérito.

Vicente – A capa do disco também chama atenção. De quem foi a ideia e quem foi o responsável por ela?

Leonardo – A capa foi desenvolvida pela design Fabrinni Meireles e o desenvolvimento artístico é mérito total dela. Conversamos 10 minutos, passei para ela o que eu falava nas letras e ela pediu que enviasse as músicas para ela se inspirar…no dia seguinte, pela manhã, ela me mandou a arte pronta…não precisei mudar nada!

Vicente – A música Premonition teve um lyric video lançado no mês passado. Por que a escolha dessa música em especial?

Leonardo – Na verdade a intenção era lançar o lyric de todo o álbum, mas financeiramente ficou inviável.

De qualquer forma “Premonition” tem uma carga emocional muito forte e era a menos ouvida até então. Foi uma forma de fazer as pessoas ouvirem um pouco mais ela.

Vicente – E um novo disco deve estar pintando ainda este ano. Nos fale um pouco sobre ele. Terá uma pegada mais Power em comparação ao debut, certo?


Leonardo
– Sim, exato! O disco já está pronto e está soando bem legal mesmo…Será mais “power”, mas terá baladas bem legais também.

Serão 10 músicas e a música tema se chamará “Dungeon Master”, bem como o disco.

A intenção é lançá-lo em novembro…

Vicente – Você acredita que, por ser o responsável por tudo, seja mais fácil colocar as ideias em prática. Ou existe o interesse de num futuro próximo transformar o Power Reset numa banda completa?

Leonardo – Com certeza no final das contas ter o poder de decisão de 100% de tudo torna tudo mais fácil embora seja mais desgastante e desafiador…mas o futuro está em aberto!

Com certeza transformaria o projeto em banda para tocar ao vivo se passar a existir demanda. Mas no momento não é essa a intenção.

Vicente – Com a pandemia e a sugestão de permanecer em casa, você acredita que as pessoas começaram a dar maior valor a arte como um todo, visto que, sem TV, música ou literatura ninguém aguentaria tanto tempo essa situação?

Leonardo – De forma geral sim, mas ainda existem alguns paradigmas a serem quebrados…infelizmente o Brasil ainda tem uma cultura de não valorizar a arte…como falei 90% de meu público é estrangeiro…mas independente do gênero ou da arte em questão ainda estamos bem distantes de valorizar nossos artistas. A própria cena metal não apoia os seus, é uma disputa de egos entre os artistas…precisa morrer pra se dar valor.

Tudo muito lamentável, mas estimo que melhore!

Vicente – Em poucas palavras, o que acha das seguintes bandas:

Helloween – Um dos meus maiores influenciadores! Foi meu “divisor de águas” como músico.

Angra- Gosto da primeira fase com o André, não desmereço o que veio depois, mas o disco “Angels Cry” é incrível.

Avantasia –  Uma das melhores coisas que aconteceram, playlist indispensável em qualquer lugar! Tobias é um gênio!

Iron Maiden – O que me fez gostar de metal aos 9 anos, ouvindo “Wasted Years”.

Viper – Uma inspiração na adolescência.

Vicente – Para encerrar, mande uma mensagem para todos aqueles que curtem e tem interesse em conhecer mais sobre seu trabalho e o Power Reset.

Leonardo – Te convido a fazer parte da família Power Reset, apoiando e curtindo meu trabalho! Valeu, e que Deus abençoe a todos!

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