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Fazendo uma arrumação em meus e-mails, deparei com esta entrevista perdida, feito em 2020 justamente com um dos mais influentes músicos de uma das bandas mais legais da atualidade. Mesmo soando um pouco datada, pois eram os primeiros momentos da pandemia mundial, não podia deixar de publicá-la. E assim encerro a trilogia Arch Enemy, pois ja havia tido a oportunidade de entrevistar a ex-vocalista Angela, a atual Alissa e agora o fundador da banda Michael Amott.

Vicente – Em 2021 a banda comemora 25 anos de seu primeiro álbum. Você está pensando em comemorar este evento de alguma forma?

Michael – Tivemos algumas discussões sobre isso, mas decidimos deixar esses planos de lado devido à pandemia de Covid-19 e todas as incertezas atuais em relação aos shows.

Vicente – E como é manter a mesma energia depois de uma carreira tão longa, sempre se mantendo relevante na cena do metal?

Michael – Eu acho que o principal é não pensar muito em coisas assim, os fãs podem ver através das bobagens e se os artistas estão sendo “inventados” ou fingindo. O principal para qualquer artista é seguir o seu coração. Com o Arch Enemy, ainda estamos muito animados e apaixonados por tocar o tipo de música que fazemos, então é muito fácil e natural.

Vicente – Força e energia é uma forma de descrever os shows intensos do Arch Enemy, algo que os brasileiros já puderam provar. Você ainda gosta de fazer longas turnês pelo mundo?

Michael – Obrigado, essa é uma ótima descrição de nossos shows! Mesmo depois de todos esses anos, ainda amamos ir para a estrada e fazer essas longas turnês. Para mim, o palco ao vivo é onde a verdadeira música acontece e é algo de que nunca me canso. A energia dos fãs nos shows torna a experiência bastante mágica.

Vicente – Já se passaram três anos desde o último álbum de estúdio do Arch Enemy. Quando os fãs podem esperar um novo álbum da banda? e o que eles podem esperar deste lançamento futuro?

Michael – No momento estamos trabalhando nisso, com esperança de lançar novas músicas em 2021! Estou super satisfeito com a nova música que temos … Mal posso esperar para gravá-la corretamente e pedir que vocês vejam!

Vicente – Vivemos uma pandemia mundial. Como você analisa a situação atual e como você acha que isso pode influenciar o futuro da música e como apresentá-la?

Michael – A verdade é que ainda se sabe muito pouco sobre o Corona-virus e certamente não sou um especialista. A situação atual, como a pandemia afetou as pessoas em todo o mundo de forma negativa, é obviamente muito triste e terrível. No que diz respeito a grandes shows e turnês no futuro – seu palpite é tão bom quanto o meu … Infelizmente, tenho a sensação de que será um mundo pós-pandêmico diferente, pelo menos por um tempo.

Vicente – Como é não poder tocar para seus fãs, por motivos que estão fora do alcance da banda?

 Michael – Bem, na verdade tínhamos planejado ficar 2021 fora da estrada para focar no novo álbum com a composição e gravação dele. Então, no momento a pandemia não mudou nossos planos com a banda. Estamos de olho na situação e fazendo planos futuros de acordo com o que acreditamos ser possível.

Vicente – Você já teve oportunidade de tocar no Brasil outras vezes. Quais são as melhores lembranças dos shows aqui realizados?

Michael – O Brasil sempre foi absolutamente fantástico para o Arch Enemy, e eu diria que o principal motivo para isso é o incrível apoio dos fãs. Os shows brasileiros são muito intensos e emocionantes. Estamos sempre ansiosos para voltar!

Vicente – Como você analisa o momento atual do metal no mundo? É melhor ou pior do que quando você começou?

Michael – Eu diria que agora está melhor de várias maneiras … Existem mais oportunidades de alcançar pessoas com a música em todo o mundo. Algumas coisas eram mais interessantes no passado, talvez, mas o passado é o passado e eu gosto de focar no aqui e agora e no futuro.

Vicente – Com tantos shows já realizados pelo mundo, qual foi o melhor e o pior momento que você já viveu no palco?

Michael – Já fiz milhares de shows e, claro, tive experiências diferentes. Falhas técnicas ou cometer um grande erro podem ser embaraçosos naquele momento … Mas no quadro geral, isso realmente não importa muito, eu acho. Depois do show eu geralmente saio do palco me sentindo muito bem, especialmente com o Arch Enemy hoje em dia, já que tocamos tão bem juntos. Nos primeiros dias da minha vida como músico eu ficava muito nervoso em tocar ao vivo, mas hoje em dia eu simplesmente gosto disso.

Vicente – Qual foi aquele artista ou banda que fez você decidir se tornar músico, viver no sempre difícil mundo da música?

 Michael – Eu não acho que houve apenas um artista ou banda que me fez querer me tornar um músico quando jovem … Foi mais a onda / cena de punk e metal que me inspirou, desde muito jovem nos anos oitenta, que me fez querer fazer música e me expressar. Nunca acreditei que isso se tornaria uma carreira séria ou algo assim, era mais como algo que eu realmente queria e precisava fazer por mim mesmo. Lentamente e passo a passo, tornou-se esta longa e maravilhosa jornada / carreira na música pesada, pela qual sou eternamente grato.

Vicente – Para finalizar, deixe uma mensagem para os fãs brasileiros que curtem o Arch Enemy, e para aqueles que querem saber mais sobre sua música.

Michael – Obrigado pela entrevista, o apoio é muito apreciado como sempre. Aos fãs brasileiros, gostaria de dizer que sei que vocês estão passando por um momento difícil, por favor, fiquem fortes, seguros e saudáveis! Eu realmente espero que possamos voltar e tocar ao vivo para vocês novamente no futuro e tocar as novas músicas do Arch Enemy nas quais estamos trabalhando agora! Força!