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Como comentado anteriormente, outra banda que conheci nos anos 90 e que agora aparece em uma entrevista é a mineiríssima Pato Fu, a qual conheci no CD Gol de Quem? em 95. Não me recordo precisamente como o disco foi parar em minha casa, mas quando o escutei achei muito interessante, pois soava diferente do Pop/Rock que reinava na época, transbordava uma identidade própria, uma atitude que fazia o Pato Fu ficar de certa forma a margem da música mais comercial, e mesmo assim ter um apelo muito forte. Tudo isso foi confirmado nos lançamentos vindouros, onde em momento algum a banda fez música para ser moda, mas sim sempre com grande honestidade. Algo que aparece também nesta rápida entrevista que realizei com o baixista Ricardo Koctus, onde revela alguns detalhes da carreira da banda e sobre o premiado disco “Música de Brinquedo”. Confiram a entrevista…

Vicente – Com duas décadas de existência, qual o balanço que você faz da carreira do Pato Fu?

Ricardo Koctus – Uma carreira consistente, com muito conceito.

Vicente – Conseguia imaginar, no inicio dos anos 90, ainda continuar na ativa e, principalmente, sendo relevante no cenário nacional? Quais são os próximos objetivos da banda?

Ricardo Koctus – Sim, eu sempre acreditei na banda com uma vida longa, porque conceito te dá essa durabilidade. Esse ano fazemos vinte anos de banda e as ideias estão aí.

Vicente – Seu mais recente disco de inéditas foi o “Música de Brinquedo”, álbum premiado inclusive com um Grammy em 2011. Como surgiu a ideia do disco e como rolou a gravação do mesmo?

Ricardo Koctus – John e Fernanda haviam comprado um disco com músicas dos Beatles com esse mesmo perfil, daí surgiu a ideia. A gravação foi muito mais simples do que o show em si. No estúdio você tem controle das coisas, timbres, etc. Em show isso é mais difícil.

Foi uma gravação muito divertida.

_MG_2868Vicente – E o retorno dos fãs e da mídia em geral, imaginavam que seria esse?

Ricardo Koctus – Foi ótimo!! Ganhamos disco de ouro com esse CD, na mídia em geral foi muito bem recebido. Posso dizer que foi um projeto muito bem sucedido

Vicente – O Pato Fu nunca foi de se prender a um estilo especifico de música, indo do simples acústico de “Simplicidade” até o rock n’ roll de “Eu”, e mesmo assim as músicas ficam com a “cara” da banda. Foi difícil chegar a esse estágio?

Ricardo Koctus – Acho que não foi difícil, porque fazemos isso de maneira natural, sabemos o que queremos individualmente e em conjunto. Temos um foco muito bem definido do que queremos como carreira.

Vicente – Um novo álbum em breve?

Ricardo Koctus – Devemos lançar algo no ano que vem, será surpresa.

Vicente – A banda tem conseguido manter praticamente a mesma formação desde o inicio. Qual o segredo para manter a harmonia entre todos os integrantes?

Ricardo Koctus – Meio como aquele filme, Alguém tem que ceder, já viu? O segredo é o respeito e o mais importante; acreditar no que está sendo feito. Falar a mesma linguagem musical.

Vicente – Hoje em dia vivemos uma nova “realidade”, com os downloads e a consolidação do Brasil como uma rota (lucrativa, diga-se de passagem) para as bandas estrangeiras. Como você enxerga esse novo cenário nacional?

Ricardo Koctus – Acho um caminho normal e natural que vem se formando há muitos anos. Hoje estamos mais preparados pra lidar com essa nova forma de trabalho. O sistema que havia antes já estava agonizando, essa é a verdade. Novas formas e novos caminhos fazem a banda se recriar e, conseqüentemente, ter uma vida longa e produtiva. Um grande desafio faz você crescer.

Vicente – Como está a agenda de shows da banda?

Ricardo Koctus – Estamos no fim de uma turnê, porém continuamos circulando. Hoje temos 3 turnês na verdade, Música de Brinquedo, A tour da carreira da banda e a Tour do CD Gol De Quem?

Provavelmente ano que vem teremos uma agenda cheia.

Vicente – Qual a sua maior influência, aquele que o levou a querer ser um músico profissional?

Ricardo Koctus – Sou grande fã de Elvis. Ele me influenciou em tudo.

Vicente – Uma mensagem para os fãs e amigos que curtem o trabalho do Pato Fu e apostam na música nacional.

Ricardo Koctus – Vida longa e próspera!!!

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